Ceará quer virar o jogo e levar esgoto tratado a todas as casas até 2033

O Ceará tem avançado de forma expressiva no saneamento básico por meio da maior Parceria Público-Privada (PPP) de esgotamento sanitário do país, firmada entre a Cagece e a Ambiental Ceará. Desde o início da operação, em 2023, já foram implantados mais de 479 km de novas redes e revitalizados 193 equipamentos do sistema, incluindo Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) e Estações Elevatórias de Esgoto (EEEs). O investimento ultrapassa R$ 1,5 bilhão e já garante infraestrutura para que mais de 67 mil imóveis possam se conectar ao sistema.

O contrato prevê um total de R$ 6,5 bilhões em investimentos, com a meta de universalizar o serviço em 24 municípios das regiões metropolitanas de Fortaleza e Cariri. Até 2033, a cobertura deve chegar a 90% da população, conforme estabelece o Marco Legal do Saneamento.

Desde a aprovação do novo Marco Legal do Saneamento Básico, há cinco anos, estados e municípios têm se movimentado para avançar na expansão dos serviços de água e esgoto e alcançar a universalização até o ano-limite de 2033. A legislação estabeleceu prazos, mas também deu mais autonomia ao poder público para implementar modelos mais eficientes de gestão, ampliando os investimentos da iniciativa privada no setor, em colaboração com entes públicos. A parceria entre a Cagece e a Ambiental Ceará pretende não só responder esse desafio como também ampliar a cobertura para 95% da população atendida, até o ano de 2040.

“A ideia da Parceria Público-Privada entre a Cagece e a Ambiental Ceará é justamente avançar com a prestação dos serviços de esgoto, com a velocidade e qualidade. Há muitas lições sendo assimiladas e estamos conseguindo avançar, inclusive em novas tecnologias no nosso estado”, avalia Luciano Arruda, diretor de Gestão de Parcerias da Cagece.

Universalização do esgotamento sanitário
A aposta em tecnologia tem sido central para a execução. Centros de Operações Integradas (COIs), instalados em Fortaleza, Maracanaú e Juazeiro do Norte, monitoram em tempo real mais de 450 unidades do sistema, reduzindo falhas e extravasamentos. Já em Fortaleza, a substituição de 1,6 km de coletor-tronco no bairro Antônio Bezerra utilizou o Método Não Destrutivo (MDN), que minimiza a abertura de valas e os impactos urbanos.

Os ganhos esperados vão além da infraestrutura. Segundo estudo do Instituto Trata Brasil, a universalização do saneamento no Estado pode reduzir em R$ 1,2 bilhão os custos com saúde até 2040, o equivalente a uma economia anual superior a R$ 69 milhões. A redução está diretamente ligada à queda de internações por doenças de veiculação hídrica e respiratórias, além da diminuição de afastamentos de trabalhadores.

Outro impacto positivo é ambiental: ao garantir que todo o esgoto coletado passe por tratamento adequado antes de retornar à natureza, a PPP contribui para a preservação de rios, lagoas e riachos, reduzindo a poluição dos recursos hídricos e assegurando a qualidade da água no litoral. Esses avanços também fortalecem atividades econômicas que dependem de equilíbrio ambiental, como o turismo e a pesca artesanal, pilares importantes para o desenvolvimento do Estado.

Fonte: Diário do Nordeste

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