A Assembleia Legislativa do Ceará realizou uma Reunião Técnica que colocou em pauta um dos maiores desafios ambientais do Estado: o fim dos lixões e a política de resíduos sólidos.
O encontro foi presidido pelo deputado Acrísio Sena (PT), que destacou a necessidade de união entre Executivo, Legislativo, Judiciário e órgãos de controle para alcançar soluções definitivas.
O auditor do TCE, Itacir Tódero, lembrou que a lei de 2010 já previa o encerramento dos lixões até 2024, mas o prazo não foi cumprido. Para ele, apenas a ação conjunta e os consórcios poderão dar resultado.
Representando a Aprece, Daniel Aguiar ressaltou que o Ceará já tem 21 consórcios reunindo 176 municípios, mas ainda precisa de mais recursos e parcerias com universidades e setor privado.
O presidente da AcFor, Paulo Henrique Lustosa, defendeu medidas graduais: ampliar a coleta seletiva e investir em reciclagem é mais barato do que manter lixões.
Já Elano Damasceno (Agece) pediu maior apoio financeiro, defendendo o aumento do ICMS ecológico. A prefeita Izabella Fernandes (Guaiúba) reforçou a importância da educação ambiental e da inclusão dos catadores nesse processo.
Os catadores também marcaram presença, exigindo valorização e estrutura de triagem antes do fechamento dos lixões. O representante da Sema, Fábio Gusmão, anunciou cooperação entre governos estadual e federal para iniciar o encerramento humanizado dos lixões ainda este ano.
O assessor da Casa Civil, Bismarck Bezerra, destacou o caráter social do problema, enquanto o prefeito Ronaldo da Madeireira (Lavras da Mangabeira) apresentou proposta inovadora: transformar resíduos em combustível biossintético, quatro vezes mais potente que a madeira.
💡 O debate mostrou que, para superar décadas de atraso, o Ceará precisa unir forças, garantir financiamento e, acima de tudo, incluir os catadores no futuro sustentável da gestão de resíduos.